Foi o vento
O vento brincalhão, que tudo leva,
Num dia de assombrosa calmaria
Surgiu me oferecendo companhia,
Trazendo mais um sopro de reserva.
Entrou pela janela, a sua serva
Que vive do assovio que ele assovia,
Levou da minha mão a poesia
Que havia colocado de conserva.
Soprou por toda casa, todo vão,
Varreu os teus sinais que viu no chão,
Depois me sacudiu, me revirou.
Então se tu voltares algum dia
E não mais encontrares poesia,
Desculpa, foi o vento que levou.