FLOR DE MAIO
Não faça deste ano mais um terreno árido,
onde as minhas raízes não encontram água,
veja-se livre dos desenganos cálidos,
o tempo que não estanca minha mágoa!...
Deixa que eu encontre o chão que me falta,
e acalente o desmaio das tardes ardentes,
que sejas tu na embriagues das horas altas,
rara flor de maio, o meu maior presente!...
Porque sem vibrar em mim a sua existência,
não serei ninguém, como não fui até agora,
e todas as minhas vidas seriam em vão,
e se não valer ao menos uma delas, em essência,
faço minhas malas e de imediato vou embora,
para deixar que morra só esse teimoso coração!...