JAZIGO
Pálida e fria a face que contemplo
Rubor carmim na pintura caprichada
Imóvel no esquife, eterno momento
Gravo na mente a imagem amada.
Não fosse ironia tétrica, diria estar
ainda mais bela a moça a dormir,
vestida de negro, pronta a despertar
se fosse possível dali poder sair.
Para onde foi o sorriso bonito
Da moça inerte ali no caixão
Procuro e não vejo, o que fito...
Uma expressão despida em solidão
Sua nova morada um belo jazigo
Na lápide branca: “aqui jaz a emoção”!