SONETO DE DESCONSOLO


Morrera o carinho... O afeto... A ternura!
- A alma feliz... ... Em contentamento -
Morrera o amor... ... - Como advento -
Dos lábios, dos olhos... Morreu a candura.

Morrera o sentir na expressão mais pura!
- As ternas manifestações de alegramento -
Morrera... Dos olhos, o encantamento
E agora, chorosos, como em desventura.

Ficou-lhes, talvez, a mágoa... - A ferida,
Da alma em lamentações... - Dolorida!
... Ou a amarga certeza que nada ficou!

Ficou-lhes a alma triste... - Sem contento!
A lamentar, a maldizer, de um sentimento
Que em outrora foi tanto... ... E acabou!

                         Puetalóide



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Comentário Em Destaque!

Caro, terno e eterno PUETALÓIDE...!

Teus sonetos... Sempre tão questionadores
da essência que nos remete ao significado da "alma humana"... talvez em "desconsolo". (quantas vidas e sentimentos foram "assolados" pelo frágil sentir por vezes "inexplicável" das "incongruências" tão divinamente humanas) talvez nos induza a dizer que "nada resta de um amor" tão miraculosamente sentido e não vivido.
Frágil idealização ou suposição do que julgamos não admitir que "valeu a pena" ainda que em "sonho ou fantasia" se tenha desejado vivenciar.
Amo sua pena, sua inspiração e seu jeito único, específico e próprio de dizer do amor que sempre nos conduz e nos remete a refletir em torno do que verdadeiramente acreditamos que sentimos.
Abraços fraternos e meu beijo carinhoso, terno e eterno,,, Sempre!

                         Liliane Prado



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SONETO EM DESVENTURA


Tudo acabado: o amor, a candura...
Deixando no peito uma dor imensa,
No corpo uma sequela, qual sentença,
Na alma ficou apenas a secura.

A vida tornou-se só desventura,
Uma falta de fé e até de crença,
Pois sem amor resta só desavença...
Dói a saudade da alegria mais pura...

Belas lembranças do idílio vivido,
Intensos os dias de espera feliz,
Juras trocadas, lá no chafariz...

Hoje são apenas momentos perdidos,
Na imensa curva da estrada nevoenta,
Alma triste d'um Poeta que lamenta!

                         Adria Comparini



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DESENCANTO


Lembras-te como foi que nossa vida
Em veredas de luz sempre cantou?
Riso de dentro... constante... chegou
Olhos fulgindo... eu era tua querida!

E havia o encanto... alegria atrevida...
Ninguém um dia veio... e nos mostrou
Que nada é pra sempre... isso não falou!
Devagar... fui me sentindo... perdida

Não era mais teu anjo... nem tua flor
Em nós... o encantamento se quebrara
E em nossos olhos... só havia dor!

Tanta felicidade... em nós deixara
Grande saudade... a acentuar o amargor
E a certeza: todo o enlevo acabara!

                         Esther Lessa


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SONETO DO IMPOSSÍVEL



Do nosso amor que em ti morreu
As lembranças vivem assaz
Eu sonho mas a alegria jaz
Só desconsolo em leito meu...

Quisera controlar o pranto
Transformar lágrima vertida
Em bálsamo a curar ferida
Em elegias a algum santo...

Quisera eu retomar o tempo
Consertaria àquele momento
Que se quedou teu sentimento.

Como em papel passar a limpo
Como Deus mandar no destino:
- Ressurja àquele amor divino!


                    Madalena de Jesus


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INTERAÇÃO



Momentos em que pensamos
Será que ainda há esperanças?
São tantos tropeços a ermos
Já atingem nossas crianças

Causado talvez pela violência
Deus desacreditando dos humanos
Manda castigo sem clemência
Diferente dos seus planos

O mal supera a tudo
Esse é um fato absurdo
Até quem pode fica mudo

Todo ser parece tolo
Misturado vivendo em bolo
Expressado em "SONETO DE DESCONSOLO".

                         Chinxola