Soneto sensual

Ó pele, censura das almas,

Ignora hoje tuas razões e permite

Que minha boca ao formão imite

Esculpindo-a com meus dentes...

Ó furor tátil resguardado nas palmas

Das mãos teimosas que o Eterno me deu

Nas curvas em que tua sanidade perdeu

Há um silencioso gemido estridente!

Há uma ruína secreta nas digitais dos amantes,

Um desespero inexplicável nos olhos de quem sorri,

Um amargor súbito nos beijos demorados...

Queria eu ter os mesmo dedos de antes,

Os mesmos olhos com os quais te vi,

Os meus lábios aos seus ainda entrelaçados...

Izaías Serafim
Enviado por Izaías Serafim em 13/06/2014
Código do texto: T4843907
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