O Poeta e a Morte

Calma Noite. O eternismo ilude um crime.

Chacoalha assinaturas pelas cousas

Da morte, lã maldita, que ora pousa

na sarna, ressoando o sal sublime

Sono. festim de súditos nos vimes,

Nos membros, órgãos ocos, vagas lousas.

Na face incandescente ele repousa

A linfa e o matadouro que o imprime.

Vaia e dorme! Cubículo silente.

A morte espera a pena dos teus versos

e tu, assim vadio, assim dormente

Converge os sons dos dedos num fascínio

heroico. Teus olhares aos adversos

papéis... É vaporoso o teu domínio!

Heitor de Lima
Enviado por Heitor de Lima em 12/06/2014
Reeditado em 17/12/2014
Código do texto: T4842366
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