Soneto à alvorada*

Talvez nos céus eu encontre alguma resposta

para tudo aquilo o que ainda tanto procuro

e esse imenso espaço tão vazio e tão escuro

aceite em silêncio essa minha tola proposta.

A vida anda solta, no divagar das loucas horas,

mostrando a mim, nenhuma incidência nos olhares,

breves instantes que conheceram distantes lugares,

mas nada trouxeram, nenhuma chegada, apenas demoras.

Do que se faz uma delonga ensimesmada,

quando a luz dos astros morre lentamente no ocaso

e amanhece a noite numa outra madrugada?

Do que se faz o coração de quem muito espera,

Se o que reluz é o solitário brilho da quimera,

acontecendo nas solidões de uma alvorada?

19/12/2020

17:39

SATURNO
Enviado por SATURNO em 12/05/2007
Reeditado em 19/12/2020
Código do texto: T484085
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