De um Soneto Amanhecido sem Inspiração
Amanheço sem a tal inspiração
então eu busco na mente o recomeço
de uma vertigem algoz do coração
e num vislumbre então me reconheço.
Amanheço sem a comiseração
então eu olho para o sol e desvaneço
no peito brota uma nova sensação
de um teor lúgubre que desconheço.
Manhã de aurora plúmbea distorcida
por onde a vida nua então é conduzida;
transmutação de almas em firmamentos
por onde vão estrelas e trejeitos,
por onde vão os agouros dessa lida,
por onde nascem versos de sonetos.