A AUSÊNCIA DA FELICIDADE
Abro a janela para a noite calma,
E me debruço: fito o céu distante,
E a ilusão afasta num instante
A mágoa imensa que transporto n'alma.
O meu tristonho olhar vagueia à espera
Da encantada presença que o inflama...
Mas lento escoa o tempo, e a débil chama
Arrefece e a esperança degenera.
E olho a rua insípida e vazia,
Que tem um vivo tom de nostalgia,
Com esta ausência da felicidade.
E à luz dos astros que erram pelo espaço,
Meu próprio coração cerro num abraço,
Soluçando de mágoa e de saudade.