DESENHOS CORTADOS

Em tiras cortadas, jogadas no chão

da casa em que mora o mais fundo de mim,

desenhos singelos do meu coração

se entregam à edaz ventania sem fim.

É a vil ventania faminta do não

que empurra, que suga pozinhos de sim

buscados em cantos, da laje ao porão

e os lança ao quintal, no mortiço jardim.

Os ledos desenhos cortados do bem,

levados com pós positivos ao léu,

no morto jardim são lançados também.

Então, os desenhos replenos em cor

se soltam das tiras de opaco papel

e cobrem a terra inteirinha de flor.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 09/06/2014
Reeditado em 09/06/2014
Código do texto: T4838200
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.