A rede na varanda

Na rede, na varanda, eu miro esse horizonte
e vem-me a sensação do meu dever cumprido,
o tempo já passado eu lembro, eu não olvido
a dúvida de ver-me atravessando a ponte.

A rede na varanda instiga-me que eu conte
as horas de tensão que então eu hei vivido
ao me sentir feliz – ou infeliz... duvido! –
olhando uma vez mais a linha do horizonte.

Esse horizonte agora eu guardo na lembrança
enquanto espero o dia, enquanto aguardo a hora
em que não mais será senão doce memória

envolta em sentimento a linha que ora dança
em meu nublado olhar... e o peito então me manda
uma vez mais deitar na rede na varanda.

11/09/2012