DESPERTAR DE SENTIMENTOS NO INVERNO

(Soneto)

Mergulhada nos subterrâneos do inverno congelante,
A sua alma tem refrigério em fantasias mirabolantes.
Ecoam os seus sentimentos por entre ventos uivantes,
Misturando-se a eles toda a dor do seu amor gritante.

Sua alma sufocada pelo calor do peito incandescente,
Acorda os seus desejos adormecidos feito um furacão.
Portal entre clarões sob a neve se rasga suavemente,
Empurrando todas as sombras alucinantes da solidão.

Pelas paisagens de cores foi conduzida suavemente,
Seduzida pelo amor se deixou levar ao sabor do vento,
Por lugares onde a luz da aurora entra delicadamente.

Se levantam flutuantes os seus sonhos na imensidão,
Crepita a força que do seu amor emana como chama,
Desfazendo o emaranhado que havia em seu coração.

Denise Alves de Paula
15.05.14