Exéquias

Como um morto-vivo desisto de ser,

Não há por dentro mais nada que eu

Tenha por outro, tudo é apenas meu;

Devo minha velha essência dissolver.

E que culpa tenho se o amor morreu?

Hoje vejo que ele nem veio a nascer,

Foi apenas ilusão todo aquele ferver,

Desvelado quando caiu de vez o véu.

Só por certo tempo moribundo fiquei,

Mas qual ente não ficaria desse jeito?

Pois contra minha consciência pequei!

Mas como agora o enterro eu já aceito,

Encaro o destino que eu não supliquei,

Preencho de vez o buraco de meu peito.

Le Roy
Enviado por Le Roy em 04/06/2014
Código do texto: T4832225
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