POBRE POETA (replay)
A roupa estava meio amarrotada,
Cabelos despenteados, bem escassos,
Sandália franciscana bem surrada,
Os olhos entreabertos, meio baços.
Um ar de simpatia nos seus traços,
Deixava uma impressão aliviada,
Em quem, com toda pressa dos seus passos,
Temia ser mais uma alma penada.
Um roto livro havia do seu lado,
Na contra capa escrita a biografia,
No bolso o documento mais honrado.
O nome era o mesmo, ali se lia,
E não era ninguém abandonado,
Era um pobre poeta que dormia.