Estações
Assim partiu o trem da minha vida...
Por sobre os trilhos do porvir incerto.
De estações em estações minha lida
Comigo mesmo e este mundo inverto.
Quanto de mim verteu nas ferrovias...
Dos escabrosos passos às vergonhas
Do meu calar em vozes enfadonhas,
Descortinando minhas aldravias.
Que esperançoso enredo esculpia
Nas migalhas dos versos desordeiros,
Promovidos pelos vis cancioneiros
Das canções vastas de melancolia.
Ai de minh’ alma fria e sem ponteiros!
Jamais podia prever o fim do dia.