A VOZ DA POESIA

Não sei por que razão a nostalgia

insiste em bater palma em minha porta,

quando o sol, os meus olhos, irradia,

lembrando uma lembrança quase morta!

Não sei porque razão uma alegria

inda traz um sorriso à boca torta;

quando vejo na manhã um novo dia,

um fio de esperança que conforta.

Minh'alma, abrindo a porta, logo pasma!

Ninguém vejo. Terá sido um fantasma

ou o vento passageiro sem resposta?...

Alegre eu ouço a voz da natureza,

a falar-me através de sua beleza:

"Sou eu, a poesia, Antonio Costta!"