Céleste
Sua voz é como os angélicos hinos
Que entoam os querubins ao Salvador;
E os olhos são de um brilho abrasador
De inexplicável atributo divino.
E o riso é límpido e cristalino,
Tal como é o de quem não conhece a dor;
E a sombra asfixiante do amargor
Jamais a envolveu com seu ódio ferino…
Não creio que tenhas se originado
Deste mundo malfazejo e malsão,
Mas sim do empíreo abençoado…
Talvez sejas aquela a quem Salomão
Há tanto tempo atrás tenha cantado…
Tal como agora canta-lhe meu coração.