O MOÇO DE PLÁSTICO
No corpo coberto com sedas e linhos,
intenta esconder a consciência dopada
de sua presença no mundo talhada
em pedras cifrões que interditam caminhos.
Os pontos de luz da exaltada vaidade
a adornos metálicos, joias brilhantes
refulgem-lhe a casca ofuscando a verdade
que o espreme nos dias de enfado, maçantes.
O moço de plástico exibe-se em festas,
nas rodas sociais, desiguais, indigestas,
trancando a emoção no porão desvario...
Mas súbito, enxerga o grotesco ao redor
e sente, inexiste vergonha maior
que haurir de si mesmo tamanho vazio.