Soneto blues para uma cigana
Eu fui flechado por uma cigana
bem no meio do peito, de repente,
caí, pelo sorriso quase indecente
daquela jovem ribeirão-pretana
Ela era uma gata, sob a lua reluzente
Eu, coitado, era só uma ratazana
e bêbado, bem num meio de semana
eu me apaixonei perdidamente
Foi assim que começou meu fado
o meu blues nordestinizado
para aquela mulher que só sorria
E até hoje, ainda enfeitiçado
sem saber se ela me queria
espero embriagado pela luz do dia