AS CONTAS DO ROSÁRIO

O belo rosário de contas luzidas

partiu-se, espalhou-se nos pântanos mortos

da história enjeitada, com fés doloridas,

de um homem perdido em destinos retortos.

Os verdes sonhados ornando alamedas

se foram levando seu dúlcido farto,

secando, espremendo-lhe as mágicas ledas

do tempo em que um reino cabia em seu quarto.

Aspira encontrar nem que seja uma conta

do bento rosário rezado à inocência

e assim restaurar a esperança indecisa.

Arrasta-se atento, a caçar, ponta a ponta,

mas todas sumiram, que bruta inclemência,

porque se afundaram na lama em que pisa.