NA ESTRADA
A larga estrada em que me levo entardecido
estende aos olhos o caminho pela frente
até a visão não ser capaz de claramente
despir a imagem do que espera-me escondido.
Velocidade incontrolável e inconstante;
perante o olhar, um transparente e escuro escudo
limita a vista, impede a luz, o vento e tudo;
eu preso em mim assim redoma sufocante.
É tanto chão a percorrer e não consigo
seguir mais rápido ao destino que persigo,
talvez esteja lá guardado meu sossego.
Mas quanto mais eu me aproximo, mais se afasta
o que imagino ser o fim da estrada vasta,
ziguezagueio, volto, insisto e nunca chego.