Copo, corpo, copa
Vejo um copo sujo, imundo, usado...
E, imóvel, em seu canto, está só:
Ninguém o pega, é um todo desolado;
Está vazio e inútil: se corrói.
Negam-se aqueles que não o veem:
Um copo, em sua imobilidade,
Está lá parado, não vai nem vem
Para lugar algum: uma inutilidade.
Mas um corpo está cá, tem sensatez,
Pode mexer-se sempre que quiser:
E algo o prende a um modo de, talvez,
Sepultar a si mesmo na ausência
Que faz de não ir para a Copa e, se vier
O corpo, que tenha paciência.