SOLIDÃO....
Ponho-me a meditar em outras épocas
onde o sorriso estampava um cenário,
dizia sonhos que saiam de minha boca,
alegria em vida, um coração relicário...
hoje, a minha infeliz boca magoada,
que antes proferia risos primaveris
matizando as linhas suaves e graciosas
que verte jaz, num abandono já esquecida...
fico eu, reflexiva, olhando pro vazio...
solitária da brandura serena, dum riacho
e meu rosto pálido, sem riso, sem nada...
as lágrimas que pranteio, alva e calma,
ninguém observa brotar dentro da alma,
nem tão pouco percebem, gotejar dentro de mim...
Romulo Marinho...