O HOMICIDA
Tenho versos que mentem como o diabo,
Neles expresso a ideia vil de poeta,
Numa ilusão que espelha a minha meta
De ser enganador, maligno e nabo.
São versos tão horrendos, que me acabo
De versejar assim de inútil treta,
Como sendo um palhaço ou um marreta
Sem ter eira nem beira ao fim ao cabo!
Por isso sou um ser que espalha o horror,
Mesmo de um coração que tem amor,
Porém em dupla face vivo a vida.
Sendo assim posso já ser condenado
À morte por penoso e vil pecado,
Da minha horrível alma de homicida.
Ângelo Augusto