Um povo
Ouço vozes baixas vindas de longe,
Penso: não as conheço, nunca as ouvi...
Ouço discussões vindas não sei de onde,
Ensurdeço com certo frenesi.
Não sei o que faço: fico desvairado...
Tento, constantemente e com tal firmeza,
Entender esta dor de um quase desamado
Povo que trabalha com a certeza
De que um futuro melhor está por vir...
Surge uma vontade de não se emudecer
E constrói-se um modo de sempre sentir
Um desejo de deixar florescer
A força desse ser ao refletir
A própria verdade de se conceber.