SONETO DE CRUCIS

Já contra mim a multidão murmura...

E esse clamor injusto eu não mereço;

Transformam meu prazer em amargura,

E talvez achem pouco o que padeço.

Que digam mal de mim com boca impura!

Sorrio indiferente e a injúria esqueço.

Se o milagre de um bem nem sempre dura,

Não há mal que avante siga sem tropeço.

Se o Cristo que foi santo, humilde e puro,

Morreu preso a uma cruz com perjuro,

Ao riso vil da turba maldizente,

Por que eu que tantos erros fiz na vida,

Quero escapar serena e inatingida,

Do tribunal ferino dessa gente?

hortencia de alencar pereira lima
Enviado por hortencia de alencar pereira lima em 15/05/2014
Reeditado em 16/05/2014
Código do texto: T4807538
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