DEMÔNIOS

Quantos demônios me espiam, famintos
Querem meu sangue e dos olhos o brilho
Porque vagueio infeliz, maltrapilho
Perdido em sendas de hostis labirintos

Queria ter amainados meus prantos
Desapartado do rosto este orvalho
Por refrigério, incansável, batalho
Espinhos ferem meus pés... Ah, são tantos!

Aflito, em méleas lembranças mergulho
Avidamente, um diário vasculho
Vejo sorrisos, prazentes momentos

Que saibas, linda: lutar sempre escolho
Minha esperança resiste, não tolho
Não me permito esconder sentimentos