Átimo Tempo
(Soneto Alexandrino misto de grave, agudo, trimétrico e tetrâmetro de versos agudos e rimas masculinas na sequência lógica das vogais á,é,i,ó,u)
Genilton Vaillant de Sá
Praia do Canto – Vitória - ES
Ah, tempo! temporão, tempestivo, sei lá!
Temporada de vida atempada da fé,
que temporiza a morte, ilusão tosca e má
da eternidade, assaz sem cabeça nem pé!
Tempo, esse mito que se mete em tudo que há,
a destempo, de tão temperamental que é!
Se o tempo vem a tempo, pouco se me dá
se pra a vida se põe mais de frente ou de ré!
Mas apesar de tudo, acho que um dia eu cri!
Que contratempo! O tempo apavorado eu vi
e, então, pude notar com paciência de Jó
que o tempo passa assim tão sem graça e sem dó,
como um sopro qualquer, do nada, nu e cru,
seguindo ao léu pro além, sorrateiro... num vu!