Change

Porque mudastes meu destino assim, poesia,

Feito uma lagarta em seu fino e simples casulo?

Assim me sinto, mar revolto em sua maresia...

Árvore morta, carvão... Zero à esquerda, nulo!

Preso às minhas próprias sombras do passado,

Tenho a triste dor da saudade por companhia...

Vejo pelo chão o sonho, como papel amassado,

E a vida com um sorriso de pura e ingrata ironia!

Como pude deixar levar-me para um holocausto,

Tu que tanto amor me prometia... Fui tolo, eu sei,

Hoje não passo de uma borboleta ao léu, infausto!

Deus, quanta dor! Eu que já amei, sorri e chorei,

Sofrendo de cruel solidão em plena juventude...

Apenas o suspiro derradeiro, guardo, como virtude.

Poeta Camilo Martins

Aqui, hoje, 15.02.2014

17h04min [Tarde]

Estilo: Soneto