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O ABATE DO IPÊ [497]
 


Um ipê gigantesco, muito belo,
arguia a copa aos céus daquela praça,
a demonstrar florada em amarelo,
às ramagens impondo muita graça.
 

O vegetal, no ar, violoncelo,
farfalhando trejeitos a quem passa,
emitia dulçores que eu revelo:
eles eram de Deus a própria taça.
 

Apesar d’ambiência poluída,
o enorme ipê sorria, tinha vida,
e nem ligava o meio que o feria.
 

Reforma radical no logradouro:
acharam de abater o meu tesouro,
que tanto os olhos meus de luz enchia.
 

Fort., 10/05/2014.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 10/05/2014
Código do texto: T4802006
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