O doce sofrimento

Ah! como chora o coração do amante

Embora o amor nem sempre dê motivo.

Chora, e com isso é que se sente vivo;

Sofre, e por isso é que prossegue avante.

Mas em seu pranto, numa dor cortante

Que anina os olhos de quem vai cativo,

Há, muito terno, um pingo explicativo

Para provar que o amor é delirante.

Só quem de amar preenche a alma inteira

E sente a boca tremular ligeira

Ao relembrar do grande amor sonhado

Pode entender o doce sofrimento

Do desespero e do contentamento,

E de gritar, e de morrer calado.

Alex Olliveira
Enviado por Alex Olliveira em 09/05/2014
Reeditado em 07/04/2015
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