Embriagado
De pé, só contemplando a luz da lua
Sente o marulho lhe alcançar a mente
De quem desama, que chora, que sente
Que no azul-escuro, treme e sua.
Dentro de casa espera vê-la nua
Lembrou-se então do sono do ocidente
Cujo anelo partira em sol poente
Como alguém que ali nada quer, recua
Sozinho, agora fala, e fala manso.
Tomando em cada gole seu descanso.
Até os sonhos virem com seu bando
Amar é rir da vida, disse o louco.
Que estás a rir? Ora muito, ora pouco.
Falou para si mesmo: estou amando.