Embriagado

De pé, só contemplando a luz da lua

Sente o marulho lhe alcançar a mente

De quem desama, que chora, que sente

Que no azul-escuro, treme e sua.

Dentro de casa espera vê-la nua

Lembrou-se então do sono do ocidente

Cujo anelo partira em sol poente

Como alguém que ali nada quer, recua

Sozinho, agora fala, e fala manso.

Tomando em cada gole seu descanso.

Até os sonhos virem com seu bando

Amar é rir da vida, disse o louco.

Que estás a rir? Ora muito, ora pouco.

Falou para si mesmo: estou amando.

RNetto
Enviado por RNetto em 08/05/2014
Código do texto: T4799589
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