Sic transit gloria mundi
(De uma dedicatória ao Rubaiyat de Omar Khayyam)
Um dia, amiga, tanto eu quanto você
Não mais nos sentaremos para conversar –
Nossas pálpebras Tânato virá fechar
Mais cedo ou mais tarde, e haveremos de morrer.
Num esquife, imperturbáveis, a adormecer,
Nossa matéria ao solo irá se misturar
E o Orbe, no espaço sempre a girar,
De nossas formas haverá de se esquecer.
Mas tardará ainda a chegar tal dia;
Provemos deste vinho tão delicioso
E desfrutemos da vida com alegria.
Se não fosses de fato todo-poderoso,
Por que a embriaguez não nos concederia
Como um conforto, ó Deus misericordioso?