FOLHETIM...

Debruço-me nos versos e em surdina

Passeio pelas vias das lembranças

Correndo entre os canteiros de boninas

Qual anjo de mãos dadas às crianças...

Imagens que guardei; relíquias finas,

Sopradas pelo tempo que me avança...

Prometo, então, mantê-las cristalinas,

Lá onde o esquecimento não lhe alcança...

Até meus dias findos virem a mim

Serei um velho vate no jardim

Dos sonhos, das lembranças, da sorte...

Depois de escrito, o verso é solto, enfim;

E o vate? Ai, ai, ai!!! Findo o folhetim,

Esvai-se derradeiro até sua morte!....

Arão Filho

São Luís-MA, 06.05.2014