PONTO ÔMEGA

Trancado na masmorra da beleza,

num quê de metafísica e brancura,

o amor entorpecido de lonjura,

esbate ao devorar da correnteza.

Fibrila sobre a míngua e a loucura,

se farta de encontrar a Natureza,

disfarça a sensação da alma presa,

no sono impermanente da procura.

Mas, Amor que à imanência se deflora,

soergue calmamente a cruz das horas,

serena no silêncio e nos laivos.

E nem o mor poema suspirado,

suspeita qual sabor transcendentado

expressa a imensidão cristã do <<amai-vos>>.