Desejo Oculto
Desejo Oculto
Jorge Linhaça
Desejo-te assim, sem tempo nem hora,
Nesta demora de olhares pra mim
Quando me olhas, não vês nada, enfim,
E a tristeza à minh’alma devora.
Tu não percebes, ao menos por ora,
Minha tristeza por seres assim
Por não me veres, princípio e fim,
Nem aceitares a minha penhora.
Passa-se o tempo, e mais eu me encolho,
Curvo-me ao medo de tal rejeição,
Por isso ponho as barbas de molho,
E me revezo entre o amor e a razão
Pois entre as chaves que tens sob o olho
Tu só não vês a do meu coração.