Feiúra fundamental
Mulher bonita é quase tudo fresca;
Cheia de nhém-nhém-nhém, de “não me toques.”
Quer sempre a atenção mais gigantesca.
E os mais extravagantes “camarotes.”
Quer foco, evidência; quer ibope.
Só quer saber de si. Metida a besta,
Roupinha moderninha, rosa choque,
Tratada de maneira principesca.
Claro que alguma tem simplicidade;
Mas eu prefiro à feia, pois me trata,
Com muito mais tesão e intensidade.
E assim, no meu castelo de beleza:
A linda (e tão vazia) vira sapa;
E a feia apaixonada: uma princesa;