17 DE OUTUBRO


É noite, chove e a chuva, embora pouca,
despeja n'alma eflúvios de alegria
e se uma prece, vaga, em mim se apouca,
ouso expressá-la em doce sinfonia.

É noite , chove e a terra é uma voz rouca,
a ecoar a espera em que te via;
sem umidade, esta alma se faz louca,
esvai-se a vida em súbita agonia.

Se é escuro e chove em ávido deserto,
à terra escapa o broto temporão,
porque na calma sombra, o rumo incerto

foi despertado, enfim por tua mão
e ali germina, frágil, mas liberto,u
um fruto doce, em traço de união.


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