Estranho Ciume
Mesmo não tendo o direito vivo a sofrer,
se por braços outros a vejo possuída.
É um estranho ciume, sinto sem querer,
um motivo sem razão que lhe fez querida.
Ao partir, fiaram apenas as esperanças,
como um crente devoto tem na sua glória.
É como se a musa que ao seu poeta encanta,
inspirando-lhe em toda a sua trajetória.
Veja nos meus versos toda a minha ternura,
meu terno ser, e a minha singela figura,
foram as cópias fiéis e a mais pura verdade.
Sinta-os assim como você sentiu num dia,
meus trêmulos lábios tocarem sua face fria,
num quase beijo, uma quase realidade.
02/05/2014 - Fim