SONETO DA DOR MAIOR.


Tange no altar um singular sino,
seu eco triste repousa bem longe,
anuncia o desencarne de um menino,
oculta a face da mãe,a dor que range.


No pé do altar um corpo quieto,
na funda e funesta veste mortuária,
no ar um quadro de dor completo,
que em choro ecoa o santuário.


Sobre a matéria gelada e inerte,
ao céu as rezas embalam a pomba,
neste ritual o clima em dor converte.


A tampa oculta o corpo tão amado,
que em outras mãos ruma a tumba,
atras a mãe com o coração cravejado.

 
Angelo Dias
Enviado por Angelo Dias em 02/05/2014
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