DO SOFRIMENTO
Saia de nós, como um excremento,
Encontre-se no lago obscuro e insano,
E verta seu sangue em outro plano,
Fique fora de nós; mas não fique dentro.
Esvaeça tuas forças neste momento,
E, eternamente, permaneça um fulano
qualquer, anônimo, e, embora tirano,
Não seja o nosso absurdo tormento.
Não seque as reservas de vida minguadas,
Desta existência breve e dolorosa,
E não mate e não castigue nosso tempo.
Deixe-nos como estrelas, que, brilhosas,
Não são interrompidas nem frustradas,
E apague só uma vez o nosso intento.