A MINHA ETERNA BESTA
O tempo sempre corre contra mim,
Ele me põe mais velho a todo instante,
E no meu ser deveras inconstante
Sinto que estou a ver o triste fim
Desta vida, que é tão somente assim!
Este tempo que mata de incessante
Soberania e que arde já perante
O meu poder que nada pode, enfim...
Só tenho que viver o que me resta
Desta vida sofrida no vazio
Da minha alma que chora em desvario.
O tempo é assim a minha eterna besta,
Ele jamais me larga de tão chato
E quanto mais o odeio mais me mato.
Ângelo Augusto