O mal virou rotina
Nada mais nos surpreende. Nada
Mais dessa roubalheira nos espanta;
Pois toda a falcatrua se agiganta
E a impunidade é generalizada.
Neste país a apatia é tanta;
Até a descrença é tão avantajada,
Que a desonestidade é tolerada
E a injustiça não nos desencanta.
A “coisa” já foi tão banalizada,
Que toda libertina virou santa,
Toda a trapaça foi canonizada.
Ninguém se posiciona ou se levanta,
E a plebe segue inerte, acovardada,
Com o grito preso dentro da garganta.