O mal virou rotina

Nada mais nos surpreende. Nada

Mais dessa roubalheira nos espanta;

Pois toda a falcatrua se agiganta

E a impunidade é generalizada.

Neste país a apatia é tanta;

Até a descrença é tão avantajada,

Que a desonestidade é tolerada

E a injustiça não nos desencanta.

A “coisa” já foi tão banalizada,

Que toda libertina virou santa,

Toda a trapaça foi canonizada.

Ninguém se posiciona ou se levanta,

E a plebe segue inerte, acovardada,

Com o grito preso dentro da garganta.

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 01/05/2014
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