MENTES SOMBRIAS
Tingem as sombras fortes da perversidade,
No espaço vão das almas que são estupradas
Como espíritos maus de fontes arrasadas,
Numa contemplação que reveste a vaidade.
Augura-se o receio que no tempo invade
O corpo esmorecido das luzes sagradas,
Entre as bocas famintas das amordaçadas
E renunciadas vozes da vil tempestade!
No covil de pecados ecoam as santas
Pregações do demônio sangrento e sedento
Das virtudes humanas que se formam tantas...
No meio ardente não reluz um acalento,
Somente se afiguram as fases quebrantas
De sofrimento em ninho de intenso contento.