MENTES SOMBRIAS

Tingem as sombras fortes da perversidade,

No espaço vão das almas que são estupradas

Como espíritos maus de fontes arrasadas,

Numa contemplação que reveste a vaidade.

Augura-se o receio que no tempo invade

O corpo esmorecido das luzes sagradas,

Entre as bocas famintas das amordaçadas

E renunciadas vozes da vil tempestade!

No covil de pecados ecoam as santas

Pregações do demônio sangrento e sedento

Das virtudes humanas que se formam tantas...

No meio ardente não reluz um acalento,

Somente se afiguram as fases quebrantas

De sofrimento em ninho de intenso contento.

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 30/04/2014
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