À TOA
Meu corpo há-de virar pó tão vazio,
Que nada dele poderá dizer
Que existi em espécie humana a ser
Tão Somente um deserto em desvario.
Nada assim restará de mim a fio
De só à minha morte eu pertencer,
E se nunca estiver no inferno arder,
Na alma não terei lágrimas de um rio!
Meu corpo é tão podre e tão infértil,
Que seria melhor jogá-lo ao mar,
Para que nada possa mais restar.
Mas se pelo contrário for de fértil
Consistência em substância humana boa,
Juntem-no à guerra da alma que anda à toa.
Ângelo Augusto