E o Desejo?

De onde vem essa força tamanha, estranha?

Inútil mesmo é tentar gladiar com esse poder

Que eriça nossa superfície, ganha e reganha

Sobe a terra ao céu, faz o céu a terra descer.

É devorador, ser domesticado é sem chance

E nos toma de assalto bagunça as estruturas

Incomoda nossa carne causa a ela avalanche

Invade o pensamento; martela nossas lisuras.

Desejo: como pode? Se até move a montanha

É um começar de algo que quer ver logo o fim

Um não saber ansiar sem qualquer barganha.

_Desejo: e quem é você que assola o mundo?

Que tira do ser o sossego, o faz ardente assim

Sentir seu frêmito é superficial e tão profundo.

Uberlândia MG

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 25/04/2014
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