Não há lugar como a minha aldeia

Não há lugar como a minha aldeia

Jorge Linhaça

Não, não há lugar como a minha aldeia,

Por mais fria que parecer lhe possa

Pois é preciso ter olhos pra ver

Todas as tribos que nela campeiam

Neste meu lugar de ruas tão cheias

Onde se vive a tristeza e a troça

É que pretendo um dia morrer

Numa das ruas que aqui serpenteiam

Não me importa que morte me venha

Mas se eu pudesse, bem que escolheria,

Deixar meu corpo, ali, pela Penha,

Onde sempre fui feliz algum dia.

Ah, minha Sampa, que a ti te convenha,

Dar-me na morte, tamanha alegria.