Sonhei viver como um pássaro marinho,
Numa ilha deserta fazendo o meu ninho,
Continuando a espécie em local ignoto,
Longe das angústias deste mundo roto.
 
As suas mãos de seda grudada à minha,
Eis que planamos até ultrapassar a linha,
Onde o mar exausto na praia descansa,
E a onda nervosa fica calma e mansa.
 
E foi nesse território de fantasia e lenda
Onde o sol se deita no seu crespúsculo
,
Que juntamos estrelas para fazer a cama.
 
Ali, sob o céu azul a nos servir de tenda,
Sem falso pudor para tolher o músculo,
Fundimos os corpos numa única chama.

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