Soneto do antigo amigo
Aparece em crus encontros o d'antes
mastigado em antigo desapego
onde a mim permitiu inverno distante
encontra-se novamente em sossego
Humanamente, o início, a couraça
num olhar breve e menos duvidoso
do que me fez, pela mente, a desgraça
de lembrar sempre o desvio saudoso
Da sequela feita de tempo lento
que, passado este, por mais adiante
desperta do escuro este vão momento
que a vida mostra em silêncio, comigo
quando voa dentre a noite constante
pousando em mim meu secular amigo
Heitor de Lima