SÚPLICA
Querido, onde está teu coração?
Por onde anda a tua sensatez?
Não vês quanto amarga é a paixão
Descrente, sem ternura e placidez?
Querido, acaso ainda não vês
Que vivo sob esta adoração?
Por que procuras com tanta avidez
Pisar, sangrar, matar minha ilusão?
Não é por culpa minha que te amo,
Mas é com grande amor que sempre clamo
Um pouco de amor e compreensão.
Suplico-te: não me deixes a chorar,
Pois meu viver consiste em te amar
Querido, onde está teu coração?
Eglê Santos Machado
(15/08/1962)